O REBRATS (Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde) disponibilizou recentemente a atualização das Diretrizes de Avaliação Econômica de Tecnologias em Saúde, publicada no ano de 2009. Confira o link para download abaixo do texto.
O trecho a seguir mostra a diferença, no processo de incorporação de tecnologias, entre setores econômicos e o setor da saúde e como essa diferença impacta nos custos.
Embora não seja o único fator, a utilização de tecnologias cada vez mais dispendiosas é apontada como uma das principais causadoras da elevação dos custos com saúde. O peso significativo que se atribui à tecnologia no aumento dos custos com os cuidados em saúde advém da especificidade de sua utilização. Nos diversos setores econômicos, a difusão da tecnologia tende a envolver um processo de substituição, em que a nova tecnologia ocupa o espaço das já existentes. Por outro lado, na área da saúde, novos procedimentos e novas técnicas de tratamento são incorporados pelos diversos profissionais de forma muitas vezes acelerada e mesmo antes de evidências suficientes que comprovem sua segurança, eficácia e efetividade. Além disso, com muita frequência, as tecnologias na área da saúde não são substitutas; pelo contrário, tendem a ser cumulativas. A utilização da ressonância magnética, por exemplo, na maioria das vezes não exclui o uso da tomografia computadorizada nos testes diagnósticos.
Em um outro trecho o texto reforça a importância de uma Diretriz para realizar o processo de ATS.
O processo de tomada de decisão quanto à incorporação de intervenções potencialmente benéficas está sujeito a pressões diversas, como interesse das indústrias de insumos de saúde em comercializar seus produtos ou de grupos de pacientes interessados na pronta disponibilização de novos tratamentos. O uso sistemático e explícito dos métodos de avaliações econômicas em saúde torna mais transparente o processo decisório, minimizando a ocorrência de vieses e distorções.